Páginas

10 novembro 2016

O debate público da nação: um exercício em constante evolução


O diálogo aberto dos cidadãos com seus governantes é uma premissa essencial para o desenvolvimento harmônico de uma sociedade. Em função de continuar potencializando esse clima de troca entre o povo e seus representantes, iniciou-se recentemente em todo o país o terceiro processo de prestação de contas do delegado (vereador) aos seus eleitores, correspondente ao décimo sexto mandato das Assembleias Municipais do Poder Popular.

Estas sessões constituem um exercício de análise e reflexão respeito às necessidades e demandas da comunidade, os problemas que a afetam, bem como um espaço de (auto)crítica à gestão de soluções que realizam os delegados em suas respectivas jurisdições.

Mais de 66.600 reuniões deste tipo se desenvolverão em Cuba toda até o próximo 30 de dezembro, onde o ato simples de erguer a mão representará a vontade consciente e explícita dos concidadãos de opinar, criticar ou indagar sobre seu entorno imediato e as perspectivas de desenvolvimento do mesmo. Neste sentido, instituem-se como plataformas de discussão e debate público e, sobretudo, uma bússola que marca o rumo e velocidade de mudanças e do pensamento social da nação.

Desta vez, o processo acontece no contexto de comemorações pelo 40º aniversário dos órgãos do Poder Popular e muito próximo das eleições gerais do próximo ano.

Na trilha do conceito que se defende — relativo ao empoderamento dos cidadãos, especialmente das novas gerações, nos espaços de participação social — novamente se incorporarão ao processo como ativistas, jovens e estudantes da educação superior e pré-universitária. Sua presença ali não só lhes dará maiores conhecimentos sobre nosso sistema político e institucional, mas também lhes permitirá contribuir com ideias e avaliar, a partir da prática, um dos elementos singulares da democracia em Cuba: a prestação de contas do vereador aos seus eleitores.

A preparação prévia dos representantes do povo, guiada pelas direções das assembleias municipais, é um dos fatores que deve contribuir para o sucesso do processo. Não obstante, o trabalho constante e consequente do vereador não completa seu sentido e se converte em soluções e satisfações, sem a pertinente e já sabida intervenção das instituições que fazem parte dos problemas apresentados e dos próprios eleitores, pois a comunidade, unida, tem a maior força.

Do Granma

Um comentário:

  1. Aqui no Brasil praticamente inexiste diálogo com nossos governantes, que são eleitos pelo voto popular. Há uma retórica de que aqui se vive uma democracia, mas não se vive uma democracia sem participação do cidadão, da base. A nossa educação, o nosso ensino forjado pela elite aliena e entorpece, dai a pseudo indiferença do brasileiro pela coisa pública. Parabéns Cuba.

    ResponderExcluir