Páginas
▼
26 julho 2017
26 de julho em Cuba, história de rebeldia e reafirmação patriótica
Este 26 de julho, Cuba relembra um dos fatos culminantes de sua história e que marca no Dia da Rebeldia Nacional: o assalto aos quartéis Moncada, em Santiago de Cuba, e Carlos Manuel de Gramas, em Granma.
Esta ação heroica, acontecida há 64 anos, teve como principal objetivo combater os males da ditadura implantada por Fulgêncio Batista na ilha caribenha desde o Golpe de Estado do 10 de março de 1952, e é considerada a antessala das lutas que levaram ao triunfo definitivo da Revolução cubana em janeiro de 1959.
Sob o qualificativo de Geração do centenário, em alusão aos 100 anos do aniversário do Herói Nacional de Cuba, José Martí, em 1953 jovens revolucionários liderados pelo então jovem advogado Fidel Castro, propuseram-se promover um clima insurrecional no país, que reavivara os ideais de independência do povo cubano.
Durante o mês de fevereiro, os protagonistas destes fatos começaram os treinamentos de tiro, organizados em diferentes fincas de Havana e o clube de Caçadores do Cerro, e gerenciaram a confecção dos uniformes do Exército com os que se disfarçariam para a ação.
Em junho, a granjita Siboney, para perto de Santiago de Cuba, um velho hospedeiro em Bayamo e duas casas na cidade, serviram de refúgio aos futuros assaltantes que nessa data já contavam com escopetas calibres 12 e 16, fuzis 22, pistolas, uma carabina, uma submetralhadora e 10 mil projéteis.
A noite anterior aos fatos, Fidel Castro distribuiu aos homens em três grupos: o primeiro, do qual ele iria à frente, atacaria o Moncada, o segundo ao comando de Raúl Castro, tomaria o Palácio de Justiça, e o terceiro, a cargo de Abel Santamaría, ocuparia o Hospital Saturnino Lora.
Já na madrugada do dia 26 de julho, os rebeldes aproveitaram a celebração dos famosos carnavais santiagueiros para surpreender às forças policiais do lugar.
O grupo mais numeroso, vestido com os uniformes do Exército, dirigiu-se ao quartel Moncada, contando com o apoio desde os edifícios próximos a este, enquanto o resto das forças desenvolviam suas ações no Palácio de Justiça e o Hospital Saturnino Lora.
Estas duas últimas agrupamentos conseguiram desarmar a escolta-os e tomar seus objetivos. Só restava esperar, desde suas posições, o resultado do grupo principal, encabeçado por Fidel Castro, que entraria ao quartel para ocupar seus edifícios principais.
No entanto, o que em um início se concebeu como o principal elemento do fator surpresa, resultou ter o efeito contrário, pois com motivo das festividades pelo carnaval, o perímetro do Moncada foi reforçado com patrulhas, uma das quais considerou 'suspeito' o movimento dos autos onde se deslocavam os revolucionários disfarçados.
Estes oficiais do Exército foram neutralizados rapidamente, mas o tiroteio desta frente alertou os guardas e deu início ao desigual confronto entre os rebeldes, com seus escopetas de baixo calibre, e os militares batistianos, que contavam com um potente armamento de combate.
Ante este panorama a todas luzes desfavorável para a tropa revolucionária, Fidel Castro ordena a retirada.
A não consecução dos planos traçados -o assalto ao quartel de Bayamo também fracassou- constitui uma inegável derrota a nível militar, mas adveio sucesso moral ao marcar a rota da posterior luta guerrilheira que culminou com o Triunfo da Revolução Cubana.
O próprio Comandante em Chefe, Fidel Castro, expressou que as ações do 26 de julho de 1953 constituíram 'um novo caminho ao povo; que marcou o início de uma nova concepção de luta, que em um tempo não longínquo fraturou a ditadura militar e criou as condições para o desenvolvimento da Revolução'.
Por esta razão, esta data em Cuba foi denominada como no 'Dia da Rebeldia Nacional', e se celebra anualmente para reviver essa epopeia e honrar a todos aqueles caídos nessa gesta e nas posteriores.
É, sem dúvidas, uma forma de perpetuar o caminho escolhido pelo povo e seus líderes desde janeiro de 1959, e de reafirmar os ideais patrióticos daqueles que desde o início das lutas pela independência do país no século XIX, sacrificaram suas vidas para conseguir uma Cuba completamente soberana.
Da Prensa Latina
Nenhum comentário:
Postar um comentário