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09 janeiro 2018
No ombro da Ilha
Janeiro volta com sua carga de sonhos limpos e como cada vez parece que a tropa de barbudos entra de novo na capital de um país abalado pela esperança.
A história vibra quando é evocada aquela caravana que fundou novas luzes, não prometeu prebendas, mas sim dignidade e preferiu antes que anunciar vitórias de ilusão definitivas, confessar que daí em diante tudo seria mais difícil, mas valeria a pena, porque seria belo.
Cuba encarou o desafio de resguardar o mito, para apagar o opróbrio, a vergonha e nessa paisagem de sonhos infundados bradar: «e então chegou Fidel».
Embora já fosse gigante no sentimento da Ilha, a aurora de um generoso 1959 plantou para sempre na raiz do amor pátrio aquele homem martiano e rebelde, e as pombas em seu ombro falaram do mais profundo da tradição cubana de eleito, de destino e, sobretudo, de futuro.
Contra essa certeza do povo o tempo implacável não pode e ainda menos a irrealidade da morte física. Fidel continua cercado de pombas, advertindo-nos de horizontes iniludíveis e reais, e convidando-nos a acreditar neles, multiplicado nos milhões de rostos de uma nação que não renuncia às singularidades da opção que escolheu e que defende.
Cada nova Caravana, a partir da juventude e a homenagem, se ergue como opção para percorrer a obra construída e pensar em colocar os alicerces daquilo que falta.
Graças à força que oferece um patrimônio de 150 anos de sangue sincero pela independência, e a clareza de um presente desafiante, não há pontos finais, há milhares de caminhos para fazer todas as pequenas revoluções cotidianas que constituem a Revolução.
Yeilén Delgado Calvo, no Granma
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