30 setembro 2016
A ambivalente conduta estadunidense em relação à Cuba
Apesar do início do processo de normalização das relações entre os EUA e Cuba, e intensificação dos contatos entre os dois governos e vários setores de suas respectivas sociedades, Washington mantém intacto o bloqueio contra sua vizinha antilhana, e insiste também na aplicação de programas subversivos destinados a corroer a Revolução na nação latino-americana.
A "determinação" da Casa Branca de "avançar" em suas relações com Havana, mas, ao mesmo tempo, manter vigente seu propósito de desintegrar o sólido processo revolucionário em Cuba, demonstram sua histórica e nada difusa conduta em relação à Ilha.
Enquanto empresários e prefeitos de diferentes Estados dos EUA, como o de Houston, Sylvester Turner, dizem estar "ansiosos para construir uma forte relação" com as autoridades cubanas, instituições de Washington continuam a perseguir empresas e bancos do mundo todo que desejam ou tenham ligações com o arquipélago caribenho.
A aplicação de multas milionárias e o assédio de tais entidades indicam que o regime do poderoso império do norte não mudou sua política de guerra econômica, comercial e financeiro contra as Grandes Antilhas, que se prolonga por quase 60 anos, apesar da rejeição unânime da comunidade internacional.
Aparentemente, o ocupante de saída da Casa Branca, Barack Obama, tem medo de usar os poderes presidenciais que ele possui para ao menos aliviar o bloqueio, a realidade é que ele se absteve de fazê-lo porque o cerco a Cuba continua a ser parte do plano frustrado de destruir sua Revolução, nascida em 1º de janeiro de 1959.
Esse plano inclui, nesta nova fase não menos escabrosa das relaações entre os dois países, um programa de "bolsas de verão" para jovens cubanos, promovido pela suposta Organização Não Governamental (ONG) "World Learning" e dirigido a "formar líderes", similar ao que eles fazem em diferentes países da América Latina.
Por trás desse projeto ilegal está a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, sua sigla em Inglês), uma cria da Agência Central de Inteligência (CIA) com vários tentáculos, que tem o único propósito de perturbar a ordem em qualquer lugar do mundo, e especialmente na Pátria Grande.
No caso concreto da nação caribenha, a CIA, através da USAID, busca desesperadamente criar "líderes de opinião" dentro do seu território que respondam aos interesses do Pentágono, e "substituam" os "representantes" de uma minúscula "oposição interna", porém também frágil e desacreditada.
Washington segue equivocando-se com Cuba, porque o projeto intervencionista da"World Learning" tem recebido como resposta uma rejeição generalizada dos cubanos mais jovens.
Parafraseando José Martí, o herói nacional, os cubanos conhecem muito bem "o monstro e suas entranhas". Não por gosto têm enfrentado e resistiu ao bloqueio, as permanentes agressões e ações terroristas, e a inúmeros planos subversivos e campanhas midiáticas difamatórias orquestradas pelos Estados Unidos.
Erram também aqueles que pensam que Washington realmente tem qualquer intenção de mudar a sua política em relação à Ilha caribenha, mas ainda observando os dois candidatos que disputam a presidência nas próximas eleições estadunidenses, e o ultraconservadorismo dominante nessa sociedade. Ver para crer.
Por Patricio Montesinos
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