15 março 2019

A que se dedica a Academia de Ciências de Cuba?


Entre os resultados significativos conquistados sob a direção da ACC aparece a publicação, em 1970, do Primeiro Atlas Nacional de Cuba, impresso na extinta União Soviética, assim como o Mapa Geológico de Cuba em Escala 1:250000, de particular importância para a exploração geológica mineira.

Em meio as profundas transformações socioeconômicas empreendidas pelo Governo revolucionário no início de sua gestão, em 20 de fevereiro de 1962 criou-se mediante a Lei 1011, a Comissão Nacional da Academia de Ciências de Cuba.

Herdeira da antiga Academia de Ciências Médicas, físicas e Naturais de Havana, que surgiu em 19 de maio de 1861, a nova instituição foi presidida pelo Capitão do Exército Rebelde e reconhecido geógrafo Antonio Núñez Jiménez.

Entre os fundadores estavam importantes intelectuais e cientistas como: José Altshuler, Julio Le Riverend, José López Sánchez, Juan Marinello, Salvador Massip, Abelardo Moreno, Fernando Ortiz, Emilio Roig de Leuchsenring e Gilberto Silva Taboada.

Dois anos depois, também seriam designados como membros da Comissão Nacional, Julián Acuña, Juan Tomás Roig, Carlos Ramírez Corría, Luis Larragoiti e Mario Rodríguez Ramírez.

Segundo descreve o livro Historia de la Ciencia y la Tecnología em Cuba, escrito por um coletivo de autores, encabeçados pelo falecido doutor Pedro Marino Pruna Goodgall, a nascente organização identificada um tempo depois somente pela denominação de Academia de Ciências de Cuba (ACC), priorizou de maneira particular, o estudo dos recursos naturais do país, para o qual, impulsionou o nascimento de um conjunto de instituições especializadas que muito contribuíram para o tão estratégico objetivo.

Entre os resultados significativos conquistados sob a direção da ACC, aparece a publicação, em 1970, do Primeiro Atlas Nacional de Cuba, impresso na extinta União Soviética, obra que, além de converter-se em uma ferramenta de suma importância e utilidade para a planificação física, teve o mérito adicional de integrar as contribuições das investigações efetuadas por diversos centros científicos e Organismos da Administração Central do Estado.

Ressalta, também, o Mapa Geológico de Cuba em escala 1:250000, de particular importância para a exploração geológica minera, a aparição em 1971 do Mapa Genético dos solos de Cuba, que colocou nosso país em uma posição superior no estudo deste tema dentro da América Latina e a caracterização dos recursos da plataforma insular cubana no plano geológico, químico e biológico.

Igualmente, a ACC deu um notório impulso a formação profissional, incluindo a obtenção de grau científico, além de assumir a criação de serviços nacionais de Meteorologia e Sismologia.

Teve desde seu início, um caráter e uma estrutura multidisciplinar. A diferença com sua antecessora, incluiu as ciências sociais e humanas, para qual, instaurou instituições como o departamento de Filosofia e o de Etnologia e Folclore.

O primeiro presidente Antonio Núñez Jiménez, ocupou o este cargo entre 1962 e 1972, seguido dos doutores Zoilo Marinello (1972-1976), Wilfredo Torres (1976-1985), Rosa Elena Simeón (1985-1994) e Ismael Clark Arxer (1996-2017).

De face ao presente
Para o Doutor em Ciências Luis Velázquez Pérez, atual presidente da ACC, além de sua condição de órgão consultivo e assessor para qualquer ramo do conhecimento, a entidade é chamada a desempenhar um papel protagonista nos esforços do Estado cubano para fomentar a investigação científica com um enfoque de desenvolvimento e inovação, na função de solucionar os problemas da sociedade e contribuir a soberania tecnológica da nação.

Durante um recente intercâmbio com o Círculo de Jornalismo Científico da União de Jornalistas de Cuba (Upec), o reconhecido investigador (que conseguir resultados relevantes no estudo da Ataxia) ressaltou que, de acordo com os propósitos acima mencionados, no decorrer de 2018, a Academia criou vários comitês dedicados a investigar o envelhecimento da população, patentes e publicações, questões de economia, saúde e segurança alimentar, tópicos que exigem respostas ágeis baseadas no conhecimento científico.

Ele especificou que após a ratificação e renovação dos membros para a etapa 2018-2024, a presença de jovens associados à organização aumentou em 20%, em relação ao período anterior. Destes, 66% têm seu doutorado em ciências. "Enquanto hoje temos uma taxa de 5,52 doutores em ciência por 100 mil habitantes, a mais alta da América Latina, devemos equilibrar a proporção de profissionais com essa categoria nos diferentes ramos", afirmou.

Após ressaltar a importância de promover o crescimento do número de doutores em ciências e baixar a idade de quem obtém estes títulos (um investigador que consegue esta distinção antes dos 30 anos tem muito mais tempo para desenvolver novos conhecimentos), indicou que outro dos propósitos da instituição na atualidade, consiste em estimular o trabalho científico por diferentes vias.

“Não somente prevemos fazer isso através da entrega anual dos Prêmios Nacionais da ACC, mas, também propiciando que aqueles jovens investigadores com mais currículo possam participar de eventos, terem acesso a bolsas e serem membros de organizações científicas internacionais”.

O doutor Luis Velázquez informou que dentro das projeções para expandir sua ação a todo o país, está a criação de filiais no resto das províncias. Algumas semanas atrás ficou pronta a de Villa Clara e em breve, pretende-se inaugurar a de Cienfuegos e Santiago de Cuba.

Pretensões
Para propiciar o debate e a divulgação dos conhecimentos científicos, a partir de maio de 2018 o Grupo de Promoção da Ciência da ACC organiza com caráter mensal, o espaço público Academia de Portas Abertas.

A ACC pretende converter sua publicação Anales, na mais notória revista científica cubana e promover sua visualização internacional.


Escrito por Orfilio Peláez

Do Granma

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