16 abril 2017

Vestido de fuzis e milícias


A manhã avançava enquanto as pessoas iam e vinham pela cidade de Havana. Toda Cuba era um enxame. Ainda estavam quentes os escombros dos bombardeios aos aeroportos de Cidade Libertad, San Antonio de los Baños e Santiago de Cuba, mas o povo, longo de enterrar seus amigos desaparecidos na dor, vestia-se de fuzis e milícias.

A invasão se vinha anunciado não somente neste fato. Atentado como o que havia sofrido a loja El Encanto, na capital, eram claros indícios de que o inimigo não iria perdoar a ousadia de edificar um país à margem dos desejos imperiais.

Mas a resposta foi igualmente cristalina. As organizações sindicais, as mulheres, já agrupadas na Federação de Mulheres Cubanas, a Associação de Jovens Rebeldes, todos os cubanos, fizeram crescer em número o exército de barbudos que havia descido vitoriosamente da Sierra Maestra e o multiplicaram nas Milícias Nacionais Revolucionárias para defender cada palmo de terra.

O silencioso respeito com que acompanharam o cortejo fúnebre dos caídos nos bombardeios de 15 de abril, se converteu logo em canto de liberdade, de esperança e de vitória; em voz firme para denunciar a mão dos Estados Unidos por detrás dos ataques.

Em 16 de abril de 1961, quando a invasão mercenária pôs a prova o amor à Pátria e a decisão de continuar adiante a Revolução, o povo selou com aplausos o compromisso de dar por esta até a última gota de sangue. E no supremo ato de rebeldia, definiu, junto a Fidel, o caminho do Socialismo que haveria de tomar apesar das tempestades e agressões.

Do Granma

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