16 julho 2016

Os EUA e a violação dos acordos migratórios com Cuba


Apesar dos compromissos vigentes entre os governos de Cuba e dos Estados Unidos, Washington cria políticas violadoras dos acordos migratórios bilaterais, denunciam hoje as autoridades da nação caribenha.

Segundo servidores públicos da Chancelaria cubana, o país do norte impulsiona programas que, além de pôr em perigo a vida das pessoas, solapa os esforços para garantir uma emigração legal, segura e ordenada.

Depois de uma rodada de conversas migratórias entre ambos os países realizada na véspera em Havana, a delegação da ilha enfatizou que não existirão relações normais a respeito enquanto persistam a política de "Pés Secos-Pés Molhados", a Lei de Ajuste Cubano e o "Programa para Profissionais Médicos Cubanos".

De acordo com a diretora geral dos Estados Unidos do Ministério de Relações Exteriores de Cuba (Minrex), Josefina Vidal, as ações de Washington não ficam exclusivamente como um problema bilateral, mas sim em um caráter extraterritorial.

Tal é o caso do programa para os médicos, que alenta a profissionais cubanos da saúde a abandonar suas missões como colaboradores em terceiros países para emigrar para os Estados Unidos.

Essa prática afeta os sistemas de atenção médica das nações e não está em correspondência com o contexto das relações cubano-estadunidenses impulsionadas desde finais de 2014.

Por outra parte, a citadas política de "Pés Secos-Pés Molhados" e Lei de Ajuste Cubano concedem aos cidadãos da ilha caribenha um trato preferencial, único de seu tipo no mundo, que favorece as migrações ilegais.

Ao admitir automaticamente em território estadunidense aos cubanos chegados de maneira irregular, sem passaportes e com as vias e meios empregados, Washington promove situações que podem conduzir à morte de indivíduos, a fraude, a violência para com as pessoas.

Com o fôlego à comissão de delitos, o Governo estadunidense interfere na estabilidade de outros países, sobretudo os latino americanos, pois suas medidas incitam tanto os cidadãos cubanos dentro da ilha como àqueles que viajaram ao exterior de maneira legal.

Vidal, que encabeçou a delegação cubana nas conversas desta quinta-feira, assinalou que os Estados Unidos cada vez fica mais isolado internacionalmente quanto a sua política migratoria para a ilha, tal como sucede no caso do bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto há mais de meio século.

No passado dia 12, o Governo cubano ratificou seu compromisso com uma emigração legal, segura e ordenada, bem como com a possibilidade de retornar ao país para os cidadãos que saíram licitamente do território nacional e cumprem com a legislação vigente.

Assim o expressou uma nota subscrita pela direção de Assuntos Consulares e de Cubanos Residentes no Exterior do Minrex, a qual se difundiu nos meios nacionais de imprensa a raiz da deportação desde Equador de dois grupos de cubanos nos dias 9 e 11 do presente mês.

A mesma assegura que a imigração se produziu ao todo concordância com as garantias processuais estabelecidas para esses casos e responsabiliza a Washington pela situação criada.

Os referidos deportados viajaram inicialmente de maneira legal e cumpriram todos os requisitos estabelecidos, mas depois desenvolveram périplos irregulares alentados pelas políticas migratórias estadunidenses para a maior das Antilhas.

Diante desta situação, o Governo cubano reafirmou seu firme propósito de evitar que seres humanos indefesos se convertam em vítimas de traficantes de pessoas.

Da Prensa Latina

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