04 setembro 2016

O bloqueio continua limitando a cultura cubana


Faltam poucos dias para o início do ano letivo. As condições estão criadas em todos os níveis de ensino: uniformes, base material de estudo, mobília escolar, insumos de higiene… Porém, para os mais de 8 mil estudantes que ingressarão à rede de instituições do Centro Nacional de Escolas de Arte (Cneart), a situação é diferente. Ainda que já estão garantidos os itens principais para esta etapa, as salas de aulas voltarão a abrir sob o impacto negativo do bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto pelo governo de Washington contra nosso país.

De acordo com um relatório do Ministério da Cultura (Mincult), a política hostil do bloqueio limita a aquisição de insumos e materiais necessários para o estudo das diferentes disciplinas no ensino artístico.

Se os instrumentos para música; óleos e pincéis para as artes plásticas; sapatilhas e vestes dos estudantes de dança pudessem ser adquiridos no mercado norte-americano, o país teria uma poupança considerável.

Somente na matrícula que corresponde ao saxofone a economia seria de US$ 35 mil; no piano de US$ 133 mil; e ao adquirir a roupa de treinamento de balé seriam poupados US$ 2.000. Exemplos que constituem uma ínfima parte, pois existem situações similares no resto das manifestações que integram o subsistema de ensino artístico.

Segundo o documento do Mincult, entre as principais afetações econômicas estão as apresentações ao vivo de músicos cubanos nos Estados Unidos, que devem ser com caráter de trocas culturais, sem que haja contratos comerciais entre as partes. De modo que as empresas cubanas não obtêm benefícios econômicos, e se afetam o não poder comercializar em outros mercados durante o período de intercambio.

O bloqueio, em expressão de sua extraterritorialidade, impede a promoção, difusão e comercialização dos artistas nacionais e deprime a valores ínfimos os preços de venda. Neste período, o Instituto Cubano da Música (ICM) realizou 15 trocas culturais no território dos Estados Unidos com 122 apresentações artísticas.

Estima-se que o potencial de exportação das agrupações musicais do ICM no mercado dos EUA poderia atingir os cinco milhões de dólares anuais, caso não existissem as restrições do bloqueio.

Quanto ao tema do direito de autor musical entre Cuba e os EUA, mantém-se a impossibilidade de assinar contratos de representação recíproca (CRR) entre as sociedades de gestão coletiva para a proteção de repertórios explorados em ambos os territórios.

As afetações se estendem também às artes plásticas, a literatura, a comercialização online de produtos culturais e à indústria cinematográfica.

O Icaic pelas limitações do bloqueio não tem acesso à utilização da tecnologia desenvolvida pela empresa norte-americana Dolby.

“Os processos de som de nossa produção são obrigados a utilizar essa tecnologia sem cujo crédito, é praticamente impossível inserir-se no mercado internacional do filme. Isso nos obriga a associar-nos a co­produtores estrangeiros para adquirir as licenças correspondentes, que em troca, devemos ceder uma parte do mercado potencial de nossos filmes. Esta cessão representa una perda anual de não menos de US$ 200 mil”, revela o documento.

Do Granma

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