08 outubro 2016

A dor eterna de cada outubro por crime contra Cuba


Como em cada outubro nos últimos 40 anos, a justiça volta a penar pelos sonhos que afundaram no mar do Caribe após o ataque terrorista contra a aeronave do voo CU-456 da Cubana de Aviação, em Barbados. E doerá para sempre, porque não se poderá devolver os 18, 20 ou 24 anos às vítimas, porque não se arrancará a dor de suas mães e pais, filhas e irmãos, sobretudo porque continuam sem condenar todos os criminosos e os que, com o silêncio, protegeram os homicidas.

O dia 6 de outubro de 1976 parecerá eternamente casca-grossa, tal como se sente sempre lá, entre o mar do Caribe e o oceano Atlântico, também em Cuba e aqui, onde os terroristas Luis Posada Carriles e Orlando Bosch utilizaram os venezuelanos Hernán Ricardo e Freddy Lugo para colocar as bombas no avião.

Naquela ocasião, nos Estados Unidos delirava a insensatez de destruir a ilha renascida com o triunfo revolucionário de 1959, e sucederam-se ameaças, sequestros, atentados que mutilaram muitas vidas, até descarregar toda a fúria sobre o mais terno daquela terra e vomitar um crime que mergulhou o país em uma dor sem descrição possível.

Ao decolar rumo a Havana, de Bridgetown, Barbados, onde chegou procedente de Trinidad e Tobago, explodiu a aeronave, e em segundos morreram 73 pessoas, cubanos a maioria, incluídos 24 jovens que ganharam todos os títulos no Campeonato Centro-Americano e do Caribe de Esgrima, disputado na Venezuela.

Nenhum cadáver pôde ser resgatado, ficaram somente alguns restos e a conversa dos pilotos, que quando se escuta perfura o mais pétreo peito; ficaram as gélidas datas de dor em Barbados, Venezuela e Cuba, sobretudo em Cuba, pelo massacre de Ricardo e Lugo, com autoria intelectual de Posada Carriles e Bosch.

Os terroristas interromperam histórias de amor, vertigens, atrevimentos, façanhas esportivas, caminhos inesperados que só os jovens empreendem, mas ao provocar ódio e impotência por um crime ainda sem punição, também inflamaram a solidariedade a Cuba.

A propósito da data, a cada 6 de outubro organizam atos de recordação na Venezuela, em primeiro lugar no aeroporto internacional de Maiquetía, estado de Vargas, e nesta quinta-feira não foi exceção, quando o Governo Bolivariano voltou a solicitar aos Estados Unidos a extradição de Posada Carriles, que escapou de sua reclusão neste país.

De igual modo, realiza-se uma manifestação no Teatro Bolívar, nesta capital, onde venezuelanos e cubanos se abraçam para chorar, sim, mas sobretudo para juntos alçar a voz para exigir justiça e continuar lutando pelos direitos à independência e autodeterminação de suas nações.

É que somente na solidariedade cubano-venezuelana a justiça encontra algum consolo, só assim consolida uma potência fundadora que nenhuma força humana pode deter e lustra o brilho do ouro que o mar não conseguiu tragar.

por Rafael Arzuaga Junco, da Prensa Latina

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